Pelt-MG inclui 480 empreendimentos em concessões de rodovias, ferrovias, hidrovias e dutovias, entre projetos do governo mineiro e da União

O governo estadual divulgou nesta semana o Plano Estadual de Logística e Transportes de Minas Gerais (Pelt-MG) de curto prazo, que mapeia aportes de R$ 513 bilhões na infraestrutura do Estado nos próximos cinco anos. Entre investimentos privados e públicos dos governos estadual e federal, R$ 145 bilhões são de projetos que ainda estão em fase de concepção e estudo.

No longo prazo – até 2056 – o investimento total estimado é da ordem de R$ 995 bilhões, sendo R$ 506 bilhões em projetos em fase de concepção e estudo. São 480 empreendimentos em concessões de rodovias, ferrovias, hidrovias e dutovias, e projetos próprios de empresas, do Estado e da União. Os aportes mapeados nos curto e longo prazos deverão aumentar no final do ano, aponta a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).

A Codemge é uma das coordenadoras do plano em conjunto com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra).

Entre os projetos em estudo, está a implantação de uma ferrovia que vai de Anápolis (GO) até as cidades de Sete Lagoas e Prudente de Morais, na região Central do Estado, com passagem por Unaí, no Noroeste de Minas Gerais, e Pirapora, no Norte mineiro. A malha ferroviária é um dos cinco maiores projetos mapeados no Pelt, com investimentos estimados em R$ 31 bilhões. O governo estadual quer a inclusão da malha na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).

Outro empreendimento em estudo no plano do governo estadual está a concessão do Lote 9 – Zona da Mata, que compreende um trecho de mais de 1,2 mil quilômetros (km) entre uma série de rodovias estaduais e a transferências da União para o Estado de parte de duas rodovias federais, as BR-267 e BR-354. O investimento previsto é da ordem de R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 11,8 em obras de melhorias e ampliação, além de R$ 5,8 bilhões em serviços operacionais.

Construído a partir de uma série de encontros em diferentes regiões do Estado, o Pelt mapeou investimentos de R$ 295 bilhões que estão, atualmente, em execução na infraestrutura do Estado, com conclusão prevista para o curto prazo. Deste montante, R$ 250,7 bilhões (85%) são oriundos do setor privado, enquanto os R$ 45 bilhões restantes são compreendidos entre R$ 42,3 bilhões de aportes da União e R$ 2,6 bilhões do governo estadual.

Governo usará plano para direcionar investimentos em infraestrutura

O diretor de concessões e parcerias da Codemge, Gabriel Fajardo, disse que o plano pode ser considerado uma bússola para os investimentos do Estado. Ele explica que, anteriormente, o governo mineiro aplicava recursos para aquilo que a gestão entendia ser melhor para a infraestrutura de Minas Gerais. Agora, o plano de logística e transportes indica, com uma metodologia, quais são realmente os investimentos mais importantes em território mineiro.

O planejamento usa o Modelo de Cinco Dimensões (5CM, na sigla em inglês), metodologia desenvolvida no Reino Unido – e utilizada na Austrália e no Canadá – e adotada para embasar a seleção e priorização dos empreendimentos. A metodologia também foi a base para a criação do Indicador de Maturidade dos Projetos (iPMP) do Tribunal de Contas da União (TCU), utilizado pelo órgão como parâmetro na avaliação de projetos de infraestrutura.

Como exemplo de uso do Pelt, o governo estadual poderá decidir aplicar recursos públicos em locais que estão próximos a uma concessão rodoviária, para aprimorar a infraestrutura de uma região que já contará com investimentos certos do setor pPelt-MG inclui 480 empreendimentos em concessões de rodovias, ferrovias, hidrovias e dutovias, entre projetos do governo mineiro e da Uniãorivado. O plano estadual de logística e transportes mapeou mais de 17 intervenções rodoviárias até agora.

“Se a gente puder ter um real para poder aplicar em recursos de infraestrutura, o Pelt dá um direcionamento de quais são os investimentos prioritários de Minas, do ponto de vista de impacto, retorno, de interesse do mercado privado, estratégico”, declarou Fajardo.

Publicado por Marco Aurélio Neves originalmente em: https://diariodocomercio.com.br/economia/minas-devera-ter-investimentos-plano-infraestrutura/